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quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

O que é exatamente o ensino afetivo do inglês para crianças?














Como é que exatamente educadores envolvem alunos para aprender uma nova língua integrando emoção, cognição e linguagem? O que é o ensino afetivo do inglês?

A resposta para esta pergunta tem me intrigado por pelo menos 20 anos e ainda hoje eu me sinto fascinado pela simplicidade e complexidade do ensino afetivo de línguas para crianças. Simplicidade no saber e entender e complexidade no implementar e viver. Mesmo tendo estudado o tema por quase duas décadas, eu ainda me considero um aprendiz neste vasto domínio. Aqui abaixo eu apresento algumas características-chave e posturas pedagógicas presentes no ensino afetivo de línguas:

O ensino afetivo exige que respeitemos os alunos. Isto acontece quando valorizamos e aceitamos suas histórias, credos, religiões, e status sociais, mesmo quando diferentes dos nossos. Nós respeitamos nossos alunos quando os escutamos com atenção, quando pedimos suas opiniões com sinceridade, e quando valorizamos seus conhecimentos de verdade. O respeito está presente quando cumprimos as nossas promessas, quando deixamos que se expressem com seus corpos, e certamente quando acreditamos que todos os alunos são capazes de aprender, de formas diferentes, sem desistir  de nenhum deles.

O ensino afetivo exige que escutemos aos alunos. Quando educadores escutam seus alunos, educadores conseguem conhecer histórias prévias de aprendizagem, medos, expectativas, sonhos e paixões. Estes mundos internos dos alunos são extremamente importantes para o planejamento de aulas futuras uma vez que os estados emocionais dos alunos influenciam e propulsionam a aprendizagem. Importante também é escutar com os olhos, ouvir aquilo que não é dito, já que o silêncio pode revelar sentimentos e pensamentos que não estão ainda prontos para ser expressados. O educador pode escolher verbalizar estas mensagens silenciosas e trazê-las para discussão, sem identificar alunos, pedindo que a turma como um todo confirme sua impressão. O momento de roda é importante para todos nós, não somente para as crianças mais jovens. Este não é tempo perdido, mas sim tempo investido na formação de vínculo com o grupo e entre o grupo. É fascinante e recompensador ver como os alunos ficam entusiasmados quando eles percebem que realmente os escutamos e que preparamos algo que é especificamente significativo para eles.

O ensino afetivo exige que nós nos comuniquemos autenticamente com os alunos. Isto significa usar o inglês sempre como um meio real de comunicação, com o qual trocas autênticas acontecem, como quando educadores fazem perguntas para as quais eles realmente querem saber a resposta.  Perguntar a alunos “Is this a frog?” quando mostramos uma figura de um cachorro não faz nenhum sentido. Quando a linguagem é utilizada desta forma alienante, as crianças perdem a motivação para aprender ( e os professores de ensinar) porque a língua está dissociada de suas vidas, é uma língua morta, sem brilho. Educadores devem sempre se perguntar como as crianças se sentiriam se escutassem o que eles estão dizendo em português. Se for percebibo como bobo ou sem sentido, a língua não está certamente sendo utilizada como um meio de comunicação. No encontro da vida dos alunos e do educador com a língua autêntica surge uma língua viva. 

O ensino afetivo exige que nos expressemos afetivamenteO afeto não está presente somente nas nossas palavras, mas principalmente em como nós nos expressamos. Nosso tom de voz, volume, velocidade e entonação carregam mensagens de aceitação, paciência, parceria e fé. O afeto também está presente no nosso discurso modificado, mais lento, mais redundante, com cognatos e gestos, que permite que os alunos entendam e interajam com a gente com sucesso. Não podemos nos esquecer de nossa linguagem corporal, principalmente de nosso sorriso, olhar e movimentação na sala de aula.

O ensino afetivo exige que nós nutramos a nossa curiosidade e a dos alunos. A curiosidade faz com que o ensino seja muito mais interessante e divertido para todos. A curiosidade pode ser aumentada com novidades, contradições e perguntas cativantes. A curiosidade acontece quando nós admitimos o nosso não-saber, saímos da nossa zona de conforto, e nos aventuramos em saber mais sobre diferentes animais, comidas, lugares, culturas e pessoas juntamente com os alunos. Educadores podem incentivar a curiosidade das crianças por meio da música, poesia, literature, teatro, dança e outras formas de expressão artística. Curiosidade também sobre nossas famílias, animais de estimação, hobbies, e principalmente sobre o aprender. Escutar aos outros e falar sobre nós mesmos em inglês é uma experiência afetiva intensa, na qual a lingual é utilizada como um meio real de comunicação. Mas vale sempre lembrar que devemos ser curiosos, mas não xeretas. 

O ensino afetivo exige que compartilhemos poder na sala de aula. Compartir poder acontece quando os professores tomam decisões juntamente com os alunos sobre o conteúdo e possíveis caminhos para a aprendizagem. Os alunos se sentem apoderados quando podem ensinar a seus colegas, se auto-avaliarem, e escolher como fazer tarefas. Mas principalmente, o compartir poder acontece pela escuta e pelo espaço de fala, que acontecem quando estamos presentes na relação.

O ensino afetivo exige que tenhamos auto-percepção. Isto implica em estarmos atento à nossa presença física, nossos movimentos, nossa escuta, nossa fala, nosso respeito, e ao nosso compromisso com os alunos e com os nossos credos. A auto-percepção pode ser desenvolvida por meio da reflexão sobre a dinâmica da sala de aula por diários reflexivos, supervisão mútua, e por auto-gravação. Meditação, yoga, e mindfulness são caminhos de auto-conhecimento que podem nutrir nosso bem-estar e criar maior disponibilidade com nossos alunos. Para isto passamos por um processo no qual sentimos nossos preconceitos, incompetências e impaciência e aceitamos que somos também aprendizes como educadores e pessoas.

O que não é ensino afetivo

Um entendimento errôneo do ensino afetivo é que o professor é mais um amigo do que realmente um professor. Nesta concepção as crianças "aprenderiam mais" sempre que gostassem do professor. Professor este que pode ser assim influenciado a fazer somente o que a criança quer ou sabe, resultando em uma mistura de improvisação e permissividade. Por último, o ensino afetivo não tem nada a ver com beijar, abraçar ou elogiar excessivamente aos alunos.

Conclusão

Termino este post tentando definir em uma frase o conceito de ensino afetivo: O ensino afetivo é o ato democrático de apoderar alunos e educadores com o objetivo de aprendizagem conjunta em uma relação afetivo-pedagógica, consciente, curiosa e comprometida.

Um grande abraço-sapo,

Juan

Um grande educador afetivo que admiro é Paulo Freire. Dele bebi muitas idéias e aqui neste artigo segui o formato "Educar exige"... que Paulo usou na apresentação de seus 27 saberes da educação no livro Pedagogia da Autonomia.  

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segunda-feira, 7 de junho de 2010

Juan foi aceito no mestrado na Universidade de Toronto!

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Queridas famílias,

É com muita alegria que compartilho com vocês que minha proposta de mestrado foi aceita e que serei em breve aluno do Master of Education no Ontario Institute for Studies in Education (OISE) da Universidade de Toronto. Estou muito entusiasmado em poder ter a oportunidade única de compartilhar, pesquisar e aprender com futuros colegas e renomados professores sobre como as crianças aprendem e como as emoções influenciam este fascinante processo.
A partir de agosto estarei em Toronto por dois anos de curso como um elo entre a Juan Uribe Ensino Afetivo e a OISE, que é um dos centros de ensino e pesquisa mais reconhecidos no mundo, e promoverei a troca de idéias e conceitos entre as pessoas das duas instituições com o objetivo de contribuir para a nossa visão, que é ser um centro de referência mundial no ensino afetivo de inglês para crianças.
Muitos podem se perguntar: mas como será a Juan Uribe Ensino Afetivo sem o próprio Juan Uribe? Fico feliz e orgulhoso em constatar e afirmar que a escola é hoje a sinergia de desejos, olhares, palavras e ações alinhadas de uma equipe empenhada. Gente que se realiza em desenvolver, discutir, criar e melhorar um ambiente pedagógico aconchegante, estimulante e significativo para se aprender e ensinar. 
Fico muito tranqüilo em saber que as diretoras Sosô e Heidi junto à coordenação com Marina, Mariana e Rafael continuarão a articular o funcionamento, crescimento e desenvolvimento da escola. Tenho muita segurança e confiança na competência dos profissionais que constituem a escola e sei que ela continuará afetiva, criativa e cheia de vida, mesmo sem a minha presença no cotidiano. Estarei  em contato freqüente com Sosô e Heidi e continuaremos com a supervisão pedagógica de Fátima Freire.
A escola surgiu a partir de um sonho de criança e ela me possibilita hoje realizar um sonho de adulto, que é o de ter a experiência de ser aluno em uma universidade de prestígio no exterior.

Agradeço a todos pelo apoio!
Um abraço-sapo,

Juan












segunda-feira, 19 de abril de 2010

A teoria de Krashen sobre aquisição de uma segunda língua - as cinco principais hipóteses.

Aqui na Juan Uribe Ensino Afetivo, trabalhamos com a aquisição de linguagem como método de aprendizagem de uma segunda língua. Um dos pesquisadores que estudamos com nossos educadores e equipe pedagógica é o Stephen Krashen. Ele é especialista no campo da lingüística e nas teorias da aquisição de linguagem, desenvolvimento e pesquisador de estudos da aquisição de linguagem de línguas diferente do inglês e inglês como segunda língua. Krashen desenvolveu cinco principais hipóteses sobre aquisição de linguagem de uma segunda língua em que apresentaremos neste texto.

A primeira hipótese é baseada na diferença entre os métodos de aprendizagem “Learning” e aquisição da língua: o primeiro é baseado na língua em si, seguindo uma seqüência de ensino organizada e estruturada de acordo com o professor e a necessidade de ensino para ele e não necessariamente do aluno. Podemos dizer que este método é dado de maneira formal, enquanto o segundo é descrito como trabalhar de maneira relevante para os alunos, considerando seus interesses, conectando de alguma maneira com sua vida como produto de um processo muito parecido com o processo que a criança vive quando adquire a sua primeira língua. Baseado nesta primeira hipótese Stephen Krashen desenvolveu mais quatro hipóteses sobre a aquisição de linguagem que, de acordo com ele, independem da idade do aluno.

A segunda hipótese, “Monitor” aponta para as suposições que alunos fazem baseados nas coisas que eles já aprenderam, como por exemplo, quando eles falam “goed” como passado do verbo “to go”. Entretanto, uma vez que o aluno já conhece o passado de “to go” como “went”, cabe ao monitor, presente no aluno de fazer com que ele se corrija. Este “monitor” é seria um dispositivo interno adquirido ao longo do processo de aprendizado pela aquisição, e funciona planejando, corrigindo e editando cada aluno ao longo do uso da língua.

Como a terceira hipótese temos a “Ordem natural”, em que Krashen diz que a linguagem gramatical seria adquirida em uma seqüência específica, em uma ordem natural, que é previsível e independente do aluno que é ensinado. Algumas estruturas gramaticais têm tendência em serem adquiridas mais cedo do que outras, e esta ordem aparentemente é independente da idade do aluno a ser ensinado.

A quarta hipótese chamada “Input” caracteriza-se pela explicação de como a aquisição da segunda língua acontece. Krashen explica que a língua é gradualmente adquirida à medida que o educador traz informações novas para os alunos, expandindo o que eles já sabem, em uma forma de adição, como ele chama de “i+1”, sendo o “i” o conhecimento prévio do aluno e “+1” a apresentação de novos conteúdos.

Finalmente, temos a quinta hipótese, “Filtro afetivo”, que explica que possuem inúmeras variáveis afetivas, como motivação, autoconfiança e ansiedade, que podem ajudar ou atrapalhar no processo de aprendizagem de uma segunda língua pela aquisição de linguagem.

Nós da Juan Uribe consideramos estas hipóteses no nosso fazer, uma vez que ensinando afetivamente as crianças levamos aos nossos alunos assuntos relevantes que despertam seu interesse no uso da língua para comunicar algo genuíno e pessoal. Isso contribui para a auto-estima e conscientização do que eles estão aprendendo e gradualmente expandindo, através dos inputs que nós os apresentamos, sua linguagem.

Autores: André, Bárbara, Carol M., Carol S., Marita e Mariana.


terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Convidada especial em nosso Curso de Formação Continuada!



Quando um educador passa em nosso processo seletivo inicial, este passa por um intenso curso de formação específica sobre a nossa metodologia: aprende recursos para contar histórias e recursos de comunicação, formas diferentes e pedagogicamente direcionadas para utilizar materiais – desde brinquedos até os livros, entra em contato com teóricos da educação e linguagem da (como J. Piaget, L. Vigotski e S. Krashen); descobre que ensino afetivo não é ensino permissivo, mas aquele que considera a história de vida e sentimentos do aluno para programar e orientar as aulas, além de aprender sobre como funcionam os processos internos da escola – reuniões individuais e grupais, como elaborar os documentos pedagógicos, o que faz parte da cultura escolar e o que se espera de um educador Juan Uribe.

Além dessa formação específica inicial, temos também as formações continuadas: momentos em que contamos com outros tipos de saberes e refletimos sobre a nossa prática e como torná-la cada vez mais eficiente e prazerosa.

Nesse mês, tivemos a presença da especialíssima educadora Claudete. Claudete leciona há mais de 25 anos na rede pública de ensino e veio conversar conosco sobre as diferenças entre a educação privada e pública, veio contar como ela lida e encaminha as questões cotidianas de seus alunos e como faz para acompanhar e alfabetizar 30 alunos por sala que não possuem sequer materiais escolares próprios.

Muitos educadores se emocionaram e saíram energizados de nosso encontro. Além de dicas da Claudete quanto ao manejo das aulas e de situações difíceis - como as de conflito entre alunos ou dificuldades de aprendizagem - saímos também com o sentimento de que não importa o local, a proposta pedagógica ou o perfil sócio-economico-cultural do aluno, todos nós educadores temos o dever de formar, agir e interagir com a realidade a nossa volta.

A despeito das diferenças, descobrimos em nossa conversa que temos muito mais em comum do que imaginávamos: a vocação em investir na formação de cidadãos conscientes de suas responsabilidades, a assertividade em planejar e avaliar nossas ações pedagógicas e o prazer em trabalhar com a esperança de construir um mundo melhor.

Heidi Cristina Martins França de Oliveira
Diretora Pedagógica